Delicatess Couture
Blogue sobre Fashion , Art , Design, Life....
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
CRÓNICA JOSÉ LUÍS NUNES MARTINS
Quando se faz um bem, importa cuidar das aparências, revelando apenas o essencial. O ideal atinge-se quando tudo parece fruto do acaso! O mal procura sempre criar grandezas pomposas em torno dos seus gestos. A vaidade é um sinal claro de um mal que pretende disfarçar-se.
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O amor e a inteligência exigem delicadeza. Só através dela se atingem as profundidades. Não se trata de uma fragilidade, no sentido de fraqueza, antes de uma perfeição que procura apenas não se fazer ver aos olhos da multidão.
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Mesmo quando são grandes os milagres passam despercebidos. Há gente que não sabe que é sagrado o chão que pisa, que não se dá conta de que o fundamento da sua existência não é o que parece…
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A força bruta pode muito pouco. Os milagres parecem muitas vezes insignificâncias. Quem não viu já coisas pequenas revelarem-se enormes e coisas grandiosas sem qualquer valor?
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Não se trata de um disfarce, uma fraude ou um engano. Mas apenas o bem cuidando de não se manifestar de forma evidente como seu autor. Recolhendo-se, sem se ocultar.
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Importa aprender a olhar. Distinguir os aspectos subtis e delicados de cada coisa, reconhecer as relações, as diferenças e as harmonias.
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É preciso que o coração aprenda a estar atento.
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Os milagres não são tão raros quanto se julga. As árvores crescem e as flores brotam todos os dias, sempre sem qualquer alvoroço. É a beleza pura, apenas.
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Todos os dias, há gente a nascer e gente a morrer... enquanto tantos outros julgam que no mundo continua tudo igual... a criação é uma constante do tempo.
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O que começa por ser uma mera suspeita, pode revelar-se, quando se é capaz de ver até ao fundo, um milagre. Uma espécie de enigma que se aprende a desvendar e, depois, a admirar.
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Não há fortunas nem destinos, o bem está no coração e nas mãos dos que sabem sonhar, viver e amar. Longe das aparências enganadoras e vaidosas. A liberdade humana tem os olhos bem abertos e não tem asas nem rodas nos pés. Apenas a sua vontade de criar, de dar ao mundo um mundo melhor. A capacidade de criar por pura bondade. O bem quer construir mundos novos e bons enquanto o mal teima em desfazer tudo a partir da destruição de cada coisa.
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Fazer acontecer um milagre é possível a qualquer um de nós. Alimentar um faminto, acolher com um olhar aquele que é invisível aos outros, sorrir quando se chora, dar a mão a quem sofre... acolher no íntimo dos nossos silêncios aqueles que mais precisam do nosso amor.
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Nada acontece ao acaso. Não há fado nem sorte. Essas coisas só fazem sentido às inteligências que desistiram de compreender, tornando o seu inimigo mais forte, ao entregar-lhe as armas que deveriam servir para o combater. Mais: para, em seguida, lhe pedir benevolência e perdão pelo bem e pelo mal que não se fez...
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Frágil é quem não sabe o que quer.
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É mesmo possível conduzir o próprio destino, levando-o pela mão.
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A sabedoria conhece e usa a dose certa em cada gesto. A perfeição é sempre simples, mínima e subtil. Ainda assim, apesar de toda a sua divina delicadeza, há milagres que se repetem até alcançarem o seu propósito!
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1 de agosto de 2015
Ilustração de Carlos Ribeiro
quinta-feira, 30 de julho de 2015
HERMÈS :
Update: Hermès has released the following statement:
Jane Birkin has expressed her concerns regarding practices for slaughtering crocodiles. Her comments do not in any way influence the friendship and confidence that we have shared for many years. Hermès respects and shares her emotions and was also shocked by the images recently broadcast.
An investigation is underway at the Texas farm which was implicated in the video. Any breach of rules will be rectified and sanctioned. Hermès specifies that this farm does not belong to them and that the crocodile skins supplied are not used for the fabrication of Birkin bags.
Hermès imposes on its partners the highest standards in the ethical treatment of crocodiles. For more than 10 years, we have organized monthly visits to our suppliers. We control their practices and their conformity with slaughter standards established by veterinary experts and by the Fish and Wildlife (a federal American organization for the protection of nature) and with the rules established under the aegis of the U.N.O, by the Washington Convention of 1973 which defines the protection of endangered species.
From: ELLE
Birkin asked the fashion house to remove her name from their iconic bag (Harper's Bazaar)
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Jane Birkin and the iconic bag of Hermès![]() |
quarta-feira, 29 de julho de 2015
terça-feira, 28 de julho de 2015
CRÓNICA JOSÉ LUÍS NUNES MARTINS
As tristezas não são aflições. A tristeza é o que fica depois da desgraça do momento. Estar triste dura.
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Os naturais tormentos da vida ensinam-nos que ser feliz é uma forma de viver nas profundidades imutáveis da existência, não nas superfícies e aparências agitadas e passageiras da vida.
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A fragilidade humana leva a que por vezes tenhamos de experimentar o que julgamos ser o desaparecimento da nossa felicidade... perdemos e sentimos as perdas. Perdemos o que temos, mas não o que somos. Amar é dar-se. Os que nos amaram deram-se-nos. Não se perderam porque existem em nós. Sou também aquele que me amou. Que me ama.
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A dor é um mal. Por vezes, chega através da culpa. Quando não percebemos bem o que sentir e o que pensar. Quando dizemos o que era para calar ou fazemos silêncio do que era para dizer. Quando não escolhemos bem o que fazer ou como fazê-lo.
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Por vezes, a mágoa é funda. Tantas vezes é a própria liberdade que parece ser o nosso castigo. Quanto mais opções temos adiante, maiores serão depois os arrependimentos.
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Mais profunda do que a pena é a saudade verdadeira. A pena é uma impressão de desgosto que se crava no coração. A saudade é muito mais doce mas, qual espada, muito mais dura, afiada e longa. Parece destruir o que celebra. Trata-se de uma das tristezas mais fundas... a de se haver perdido o que se teve, a de se continuar a amar o que já não está aqui connosco. A de se continuar a ser dois depois de deixarmos de sentir o outro.
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Há quem, mesmo triste, escolha alimentar-se da luz. E quem, em igual situação, prefira alimentar as sombras. Um amor que se fez ausente dói, mas o sofrimento só existe porque o bem não desapareceu. Está ali. Não foi destruído ou esquecido, pois, nesse caso, não se sofreria, porque teria desaparecido também a razão pela qual sofrer.
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A saudade é um bem pelo qual se sofre.
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Uma saudade que se extingue é sinal de um amor que não existiu. Os amores que acabam nunca são verdadeiros...
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A vida é uma alegria profunda. Um mistério. Um milagre.
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Não há tristeza pura... porque flutua sempre nela uma certa paz: a da certeza de um além que existe.
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Todas as lutas são lutos... e os lutos são marcas da verdade e da tristeza de quem é feliz…
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O luto é uma gravidez ao contrário. Um processo lento por onde o matéria se vai convertendo em espírito. Enriquecendo-nos pelo amor de que nos faz criadores.
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O consolo de quem chora é a certeza de que quando se ama... a felicidade está tudo e é para sempre.
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As lágrimas são silêncios que abrem os nossos olhos à luz.
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José Luís Nunes Martins
25 de julho de 2015
Ilustração de Carlos Ribeiro
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Os naturais tormentos da vida ensinam-nos que ser feliz é uma forma de viver nas profundidades imutáveis da existência, não nas superfícies e aparências agitadas e passageiras da vida.
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A fragilidade humana leva a que por vezes tenhamos de experimentar o que julgamos ser o desaparecimento da nossa felicidade... perdemos e sentimos as perdas. Perdemos o que temos, mas não o que somos. Amar é dar-se. Os que nos amaram deram-se-nos. Não se perderam porque existem em nós. Sou também aquele que me amou. Que me ama.
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A dor é um mal. Por vezes, chega através da culpa. Quando não percebemos bem o que sentir e o que pensar. Quando dizemos o que era para calar ou fazemos silêncio do que era para dizer. Quando não escolhemos bem o que fazer ou como fazê-lo.
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Por vezes, a mágoa é funda. Tantas vezes é a própria liberdade que parece ser o nosso castigo. Quanto mais opções temos adiante, maiores serão depois os arrependimentos.
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Mais profunda do que a pena é a saudade verdadeira. A pena é uma impressão de desgosto que se crava no coração. A saudade é muito mais doce mas, qual espada, muito mais dura, afiada e longa. Parece destruir o que celebra. Trata-se de uma das tristezas mais fundas... a de se haver perdido o que se teve, a de se continuar a amar o que já não está aqui connosco. A de se continuar a ser dois depois de deixarmos de sentir o outro.
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Há quem, mesmo triste, escolha alimentar-se da luz. E quem, em igual situação, prefira alimentar as sombras. Um amor que se fez ausente dói, mas o sofrimento só existe porque o bem não desapareceu. Está ali. Não foi destruído ou esquecido, pois, nesse caso, não se sofreria, porque teria desaparecido também a razão pela qual sofrer.
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A saudade é um bem pelo qual se sofre.
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Uma saudade que se extingue é sinal de um amor que não existiu. Os amores que acabam nunca são verdadeiros...
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A vida é uma alegria profunda. Um mistério. Um milagre.
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Não há tristeza pura... porque flutua sempre nela uma certa paz: a da certeza de um além que existe.
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Todas as lutas são lutos... e os lutos são marcas da verdade e da tristeza de quem é feliz…
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O luto é uma gravidez ao contrário. Um processo lento por onde o matéria se vai convertendo em espírito. Enriquecendo-nos pelo amor de que nos faz criadores.
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O consolo de quem chora é a certeza de que quando se ama... a felicidade está tudo e é para sempre.
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As lágrimas são silêncios que abrem os nossos olhos à luz.
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José Luís Nunes Martins
25 de julho de 2015
Ilustração de Carlos Ribeiro
sexta-feira, 24 de julho de 2015
Weekend........time to enjoy .... CABANAS NO RIO - COMPORTA
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Cabanas no Rio |
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Projecto do Arquitecto Aires Mateus |
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terça-feira, 21 de julho de 2015
Haute Couture- RALPH AND RUSSO
HAUTE COUTURE AS BEEN MY PASSION FOR A LONG TIME,
AS YOU CAN SEE.....
"Every piece I design, I know in my mind exactly who will buy it, and I'm rarely wrong," she smiles. "

AS YOU CAN SEE.....
![]() |
Ralph and Russo![]() |

(Cortesy Vogue UK)
CRÓNICA - JOSÉ LUÍS NUNES MARTINS
O TEMPO NÃO É NOSSO
O amor não é uma corrida contra o tempo. Nem contra o mundo. É contra nós. Ou melhor, contra o pior de nós. O egoísmo.
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A vida precisa de tempo, ma não há pior do que adiar... muitos julgam que o momento de amar pode ser outro. Que sempre haverá tempo depois do tempo. Errado. O tempo não é nosso e que, portanto, não está ao nosso dispor.
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Vamos podendo desfrutar do tempo, mas nunca por direito.
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Somos livres no tempo, mas o tempo não é nosso. Somos responsáveis pelo que fazemos, o que significa que devemos ser capazes de responder perante alguém. Mesmo a sós, temos a obrigação de esclarecer os fundamentos das nossas decisões a nós mesmos... Pese embora muitas vezes a verdade esteja toda na resposta simples: - Não sei!
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Amar é caminhar rumo ao fim dos tempos, destruindo essa porta que separa este tempo do outro. O que há de vir. Aquele de onde todos chegámos aqui. Aquele aonde todos voltaremos. Esse mesmo, a eternidade que repousa por debaixo de cada dia. O antes do passado. O depois do futuro.
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O que sou constrói-se num diálogo dinâmico entre mim e o que existe para lá de mim, o outro e o mundo.
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O amor leva-me ao outro. Supero os meus limites, do espaço e do tempo. Porque me dou, passo a existir também no que me ultrapassa. Sou mais. Só o amor permite a conquista da eternidade. Só o amor resiste ao nascimento e à morte. Qualquer vida que nasce brota de um amor, de uma entrega gratuita e incondicional de algo ao espaço e ao tempo sem fim. Mas existir em plenitude só é possível se formos capazes de entregar esta vida, toda. Sem esperar nada em troca. Sem buscar outra recompensa que não a de saber que nos entregamos à eternidade da mesma forma que a eternidade nos confiou a este mundo.
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O mistério da nossa existência passa por assumirmos o - Não sei. Por cuidarmos de não adiar nada de importante. Por garantirmos que fazemos o que de bom é possível, assim que é possível. Julgar que o amanhã é certo não só é uma tolice como também é uma forma evidente de não merecer o hoje.
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Em muitas vidas o tempo dura, dura e dura. Estende-se. Talvez por isso haja quem não saiba entender que não há dias iguais. Que só por um dia suceder a outro, isso não garante que lhe seja semelhante. Ser, existir, é viver e dar vida. Dar a vida. Dar-se ao amanhã como se não houvesse amanhã.
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Sentir o hoje. Esquecer o ontem, mas assumi-lo. Não sonhar com o amanhã, mas construir o melhor amanhã de que formos capazes.
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Se tudo pode acabar já hoje, e por isso importa esgotar o que somos e queremos ser sem poupanças... importa sabermos que também é possível que duremos ainda muito no tempo por aqui. A nossa vida não nos pertence. Somos uma parte do todo. Não o centro. Não estamos vivos, somos vida. Uma vida cheia de mistérios, mas de beleza sublime. Podem as lágrimas e sofrimentos parecer a eternidade... mas só o bem não tem fim.
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Nem sempre somos capazes de compreender o bem que somos, o bem que nos acontece, o bem que há em tudo.
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O amor faz-nos renascer a cada vez que parece matar-nos. Fazer um caminho é construí-lo onde não existe e é necessário. Existir é dar vida à vida. Tudo o mais é... nada. Dizer que não ao amor é negar-se a si mesmo. É privar-se de si. Anular-se. Fazer-se nada.
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Não sabemos de que tempo chegámos, nem para que tempo vamos. Mas chegámos e vamos. Não sabemos nem quando, nem onde. Mas a nossa essência não deixa margem para dúvidas: não somos nem um acaso nem algo sem sentido.
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Importa compreender e viver a profundidade do tempo. Tal qual ele é. Tal qual nós somos. Infinitos.
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Somos mais do que tempo. Muito mais.
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18 de julho de 2015
Ilustração de Carlos Ribeiro
bons tempos...
sexta-feira, 17 de julho de 2015
MILTON GLASER
The graphic artist Milton Glaser created what remains his most iconic piece of work as part of a state-sponsored tourism campaign in 1977, when crime in New York was at an all-time high and the turmoil of that year’s blackout had further discouraged visitors. Glaser did the project pro-bono, in the name of helping the city recover. All images courtesy of Milton Glaser Inc.

segunda-feira, 13 de julho de 2015
CRONICA JOSÉ LUÍS NUNES MARTINS
O DOM DE SOFRER
Muitas vezes a fé é o único fundamento da coragem...
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Ninguém deseja o sofrimento. Mas muitos buscam alcançar aquilo que só através dele se consegue... face a face com as adversidades da vida há que seguir para diante, pois que o bom caminho nunca se faz para trás, para onde já está feito, nem para os lados, que não levam a lado algum...
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Por vezes, temos mesmo de inventar novos gestos de amor. Mesmo os momentos mais felizes da nossa vida, chegará o dia em que serão o motivo das nossas lágrimas. Ainda assim, vale sempre a pena, por mais dolorosa que seja essa pena, lutar pela felicidade mais profunda... não porque o resultado seja garantido, mas porque a luta em si já é uma vitória.
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Somos do tamanho do que combatemos. Que glória pode haver em lutar e vencer algo fraco? Que desonra pode sentir quem luta contra algo muito mais forte?
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Os nossos dons não são direitos que nos foram dados, antes deveres a ser cumpridos. Custe o que custar. Só assim seremos alguma coisa, só assim chegaremos a ser quem somos. Afinal, cada um de nós é as suas obras.
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Esta vida é breve. Muito breve. Há um lugar aterrador onde acabam os egoísmos deste mundo enganador. Todos, um dia, nos veremos nessa terra de desesperança, mas apenas alguns de nós terão a afinco de persistir com a sua força naquela esperança simples de que haverá sempre manhã depois de qualquer noite... por mais fria, escura e longa que ela seja. Esta vida é breve, mas talvez seja apenas parte de uma outra, que não tem fim. A essa, talvez, só chegue quem tem a coragem de experimentar todo o amor que há no ar que respiramos, que nos inspira... nos alimenta... e que devolvemos sempre... sempre.
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Ter um verdadeiro dom não significa que se consiga fazer algo bem, é esforçar-se por fazer o bem, vezes e vezes, sem conta, sempre. Um talento nada é sem a vontade, a força e a persistência para o fazer vencer sobre a nossa natureza humana.
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Não é raro encontrar quem julgamos fraco mas que é na verdade um guerreiro admirável, assim como é comum que, sob a capa de um herói valente se encontre apenas o que resta de um espírito fraco e mesquinho que tudo faz pelas aparências e nada pelo outros ou, sequer, por si mesmo...
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Os fortes quase nunca sabem que o são. A verdadeira força nasce da humildade... uma arte que começa por guardar no silêncio a luta contra todas as tempestades de desassossego que ensombram o seu coração. Aí, no palco do maior de todos os combates... aí, onde cada um de nós vive a verdade de forma pessoal e absoluta... aí... nesse mundo onde só com a verdade se vence a mentira.
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Há mesmo quem seja capaz de vencer o maior mal, como se isso fosse a coisa mais simples do mundo...
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Na vida, tal como no nosso íntimo, quanto maior for a luz, maior será a sombra... mas essa sombra estende-se sempre para o lado errado do caminho.
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11 de julho de 2015
Ilustração de Carlos Ribeiro
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quarta-feira, 8 de julho de 2015
segunda-feira, 6 de julho de 2015
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